Librorum Prohibitorum

Foi no ano de 1966 que a Igreja Católica (numa atitude digna) aboliu o “Librorum Prohibitorum”... a lista dos livros proibidos pela Igreja Católica.
Nessa lista nefasta, estavam obras de importantíssimos cientistas, romancistas, poetas e filósofos (entre outros) que a igreja considerava perniciosas e perigosas. Abaixo, temos algumas delas:

Charles Darwin - A Origem das Espécies (naturalmente)
Montesquieu - O Espírito das Leis
Victor Hugo - Os Miseráveis
La Fontaine - Contos e Novelas
Voltaire - Cartas Filosóficas
Rousseau - Do Contrato Social
Stendhal - O Vermelho e o Negro
Daniel Defoe - Todas as obras do autor
Mary Shelley - Frankenstein

Se Harry Potter tivesse sido lançado no início dos anos 60, adivinha em que lista ele estaria.
A verdade, é que muitos padres e censores ainda suspiram, saudosos, pensando no velho "index".

Aff, é sério, acho que esse é um dos fatores que, desde quando comecei a pensar como "gente", odeio a igreja católica. Não odeio a religião em si, mas o seu péssimo costume de achar que tem o controle sobre seus fiéis! Eles querem que sejamos robôs, e não humanos...

Fazendo uma pesquisa sobre o assunto, eu descobri que a lista de assuntos que eles achavam que estava fora dos "critérios" da Igreja, está cheinha de qualidades que a própria santa reverendíssima (etc, etc) mostrou ter durante toda sua vida. Afinal, quantos não são os padres com "paixões carnais", "superstições" ou "deficiências morais"?
^^'

Muito pior do que tentar controlar os fiéis é fazer o mesmo com as outras pessoas. A instituição e muitos dos seguidores nunca se contentaram em ter a religião para si, e quiseram, como ainda querem, impor a todo mundo. Se não conseguem, tentam ao menos impor a toda a sociedade algumas proibições e regras de conduta baseadas na religião.

Eu vi Daniel Defoe na lista e me espantei, porque ele era muito religioso (pelo menos em teoria, como é o caso de muitos). Mas em seguida lembrei que ele era protestante.

Hm, Fabiana tem razão. Por até fatores históricos, a Igreja meio que controla toda a população, e não só seus fiéis. No fim, nossa moral é regida, de uma forma ou de outra, pela Igreja, mesmo que não a sigamos.

Mesmo sem a proibição ainda existem personalidades religiosas que tentam controlar o que seus fiéis leem demonizando obras como Harry Potter. Felizmente eles não podem fazer o que faziam antes e ainda bem que eles não tiveram sucesso ,apesar das obras que foram perdidas que poderiam ter contribuído de alguma forma, seria realmente algo terrível para o mundo atual.

Harry Potter...
O bruxinho é atacado constantemente por facções católicas e protestantes (sobre a ação de religiões fora do âmbito cristão, eu não sei).
O artigo "Harry Potter: o sinistro e diabólico anti-conto de fadas" de Renato Vasconcelos, por exemplo, faz um ataque feroz à obra.

Ahhhh... esse pessoal nunca leu "Preacher".

É levar a magia em Harry Potter a sério demais. E ainda que a série se opusesse ao cristianismo, não seria motivo pra não ser publicada. Não há nenhum motivo lógico pelo qual só a mentalidade cristã deve aparecer na arte.

Se Harry Potter é atacado, imagina o pobre do Dan Brown! Deve receber umas milhares de cartas de cristãos indignados todos os dias!

hehe

AdmIvan escreveu:Se Harry Potter é atacado, imagina o pobre do Dan Brown! Deve receber umas milhares de cartas de cristãos indignados todos os dias!

hehe

“(...)Em 2003 o assunto vem a tona novamente com a publicação do livro O Código Da Vinci, do escritor americano Dan Brown. O livro causou polêmica ao colocar em dúvida a divindade de Jesus Cristo, O livro tem recebido críticas de religiosos, argumentando que Brown distorceu os fatos históricos.
O modo como a trama de Dan Brown trata a Igreja Católica, tem eliciado muitas críticas. O livro tem tido muitas vezes uma resposta negativa entre grupos cristãos.
E em 2005 o Vaticano incluiu o Código Da Vinci na lista dos livros proibidos pela igreja, mesmo esta não sendo mais oficialmente publicada. E apesar de todo o esforço e oposição da Igreja, a obra de Dan Brown tornou-se um best-seller com mais de 70 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.”

Os Livros Proibidos - site - Illuminati – Tiles Experts

Tudo o que a Igreja Católica conseguiu, foi deixar o pessoal ainda mais curioso e catapultar as vendas.
Esses censores, muitas vezes, conseguem o contrário do que querem.

Acabei de ver um artigo de Marcio Antonio Campos no “Jornal Universidade” Ed. 110 de novembro de 2008 – DARWIN E O CATOLICISMO: A GUERRA QUE NUNCA HOUVE.
Marcio afirma no artigo, que o livro “A Origem das Espécies” nunca esteve na lista de livros proibidos da Igreja Católica, contradizendo o que eu escrevi algum tempo atrás.
Um fragmento do material:


(...) Na verdade, a Igreja Católica nunca se opôs às idéias de Darwin, e A Origem das Espécies nunca foi colocado no Índex de Livros Proibidos. Ressalte-se que a teoria evolucionista apareceu durante o pontificado de Pio IX (1846-1878), um dos papas que mais zelou pela integridade da fé católica, inclusive publicando em 1864 o Syllabus, condenando várias proposições consideradas erradas do ponto de vista da doutrina. Uma consulta ao Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral (conhecido popularmente como Denzinger) não traz nada sobre o evolucionismo na época de Darwin, nem nas décadas seguintes.

O primeiro pronunciamento oficial da Igreja sobre a evolução viria apenas com Pio XII, em 1950, na encíclica Humani Generis. O Papa afirma: “(...) o magistério da Igreja não proíbe que nas investigações e disputas entre homens doutos de ambos os campos se trate da doutrina do evolucionismo, que busca a origem do corpo humano em matéria viva preexistente (pois a fé nos obriga a reter que as almas são diretamente criadas por Deus), segundo o estágio atual das ciências humanas e da sagrada teologia, de modo que as razões de uma e outra opinião, isto é, dos que defendem ou impugnam tal doutrina, sejam ponderadas e julgadas com a devida gravidade, moderação e comedimento (...)”. Depois disso, João Paulo II, em uma mensagem à Pontifícia Academia de Ciências em 1996, fez a famosa afirmação segundo a qual “novos conhecimentos levam a pensar que a teoria da evolução é mais que uma hipótese”.(...)