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Rita Apoena
Clube do Livro :: Leitores :: Poesias
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Rita Apoena
Essa poeta é uma moça cheia de esperança e alegria. Seus poemas irradiam otimisto e felicidade. Ela descreve os mais saborosos sorrisos das crianças, os amores eternamente deslumbrantes, os banhos de chuva no fim da tarde sob a luz quente do sol, e qualquer outra delícia que brote dessas pequenas coisas da vida.
Tudo isso, exposto com tal simplicidade e criatividade no uso das figuras de linguagem que espanta. Sua poesia busca imagens reconfortantes na nossa memória. E encontra. Num cenário poético como o nosso, onde prevalece a complexidade e o niilismo, Rita surge como uma delicada flor de cores suaves. Para ela, até o triste é gracioso, como no terno "Sobre o aborto":
Sobre o aborto
E naquele dia,
o seu filho nasceu para dentro.
E quanto mais o tempo passava,
mais o menino crescia:
esbarrando no seu coração.
Mais alguns:
Informe meteorológico
São os passarinhos bicando as nuvens
até derramarem a chuva por cima de nós.
Sobre o sono
O sono chega
quando a noite tenta
pendurar-se em minhas pálpebras
amarrando estrelas
- uma a uma -
em cada cílio.
Sobre o arrepio
O arrepio é quando,
por serem tão leves,
seus dedos conseguem,
em cada um dos meus poros:
soerguer uma flor.
Sobre as conchas da mão
Toma o amor guardado entre as conchas da minha mão. Dentro delas ouvi as ondas quebrando-se em pedras e o espetáculo de um pequeno musgo nascido à beira de um raio de sol. Dentro delas, ouvi a terra aninhando sementes e plantas entrelaçando a ponta de suas raízes. Finas raízes tentando sustentar o mundo sob as placas de cimento. As placas de cimento, de onde germinam as casas e crescem as pessoas, entrelaçando a ponta de seus braços e o mais fundo de seus corpos pela noite escura. Dentro delas, ouvi o mundo inteiro tentando ser par... e ouvi a ponta de tuas asas tocando minhas costas nuas, teu instrumento de cordas e suspiros profundos.
Rita Apoena escreve o blog ritaapoena.zip.net.
Tudo isso, exposto com tal simplicidade e criatividade no uso das figuras de linguagem que espanta. Sua poesia busca imagens reconfortantes na nossa memória. E encontra. Num cenário poético como o nosso, onde prevalece a complexidade e o niilismo, Rita surge como uma delicada flor de cores suaves. Para ela, até o triste é gracioso, como no terno "Sobre o aborto":
Sobre o aborto
E naquele dia,
o seu filho nasceu para dentro.
E quanto mais o tempo passava,
mais o menino crescia:
esbarrando no seu coração.
Mais alguns:
Informe meteorológico
São os passarinhos bicando as nuvens
até derramarem a chuva por cima de nós.
Sobre o sono
O sono chega
quando a noite tenta
pendurar-se em minhas pálpebras
amarrando estrelas
- uma a uma -
em cada cílio.
Sobre o arrepio
O arrepio é quando,
por serem tão leves,
seus dedos conseguem,
em cada um dos meus poros:
soerguer uma flor.
Sobre as conchas da mão
Toma o amor guardado entre as conchas da minha mão. Dentro delas ouvi as ondas quebrando-se em pedras e o espetáculo de um pequeno musgo nascido à beira de um raio de sol. Dentro delas, ouvi a terra aninhando sementes e plantas entrelaçando a ponta de suas raízes. Finas raízes tentando sustentar o mundo sob as placas de cimento. As placas de cimento, de onde germinam as casas e crescem as pessoas, entrelaçando a ponta de seus braços e o mais fundo de seus corpos pela noite escura. Dentro delas, ouvi o mundo inteiro tentando ser par... e ouvi a ponta de tuas asas tocando minhas costas nuas, teu instrumento de cordas e suspiros profundos.
Rita Apoena escreve o blog ritaapoena.zip.net.
ps: Escrito por mim mesmo em outro fórum literário e transcrito, agora, aqui.
angu- Iniciante
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