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A campanha que é um saco furado
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A campanha que é um saco furado
Campanha “Saco é um Saco”, promovida com a finalidade de reduzir o uso de sacolas de plástico por parte dos consumidores, por motivos óbvios de questão ambiental. A campanha consiste principalmente em estimular os consumidores a utilizarem sacolas retornáveis como substituição das plásticas. Abaixo vai o link do site da campanha.
http://www.sacoeumsaco.com.br/
Essa campanha de iniciativa do ministério do meio ambiente me parece mais o “Amigos da Escola do Meio Ambiente”. Segue a mesma lógica, jogar a responsabilidade do processo para quem menos deveria ou quem menos pode arcar. No caso específico, estão querendo jogar para o consumo uma responsabilidade que é da produção (em sua maior parte).
De acordo com a campanha, os consumidores devem, por consciência ambiental, substituir as sacolas plásticas pelas retornáveis, que em sua maioria são de pano. Essa campanha representa, antes de mais nada, uma sugestão ao consumidor que ele arque com o “mal estar” de carregar sacola de pano pra cima e pra baixo, sem falar de outra inconveniência, que é em determinadas situações ter de misturar no mesmo saco produtos de caráter diferentes, como de gênero alimentício e de limpeza.
Não estou condenando a campanha, nem sugerindo que a mesma não serve pra nada, acho sim que cada qual deve arcar com um custo se quisermos preservar o meio ambiente. Mas será que somente nós consumidores que temos que arcar com o processo? Será que somos nós que temos de dar o ponta pé inicial, ou assumir essa responsabilidade? Existe uma tendência de se transferir problemas nos quais o maior culpado é o setor produtivo, para os consumidores. A embalagem biodegradável é uma tecnologia que já existe há muito tempo, no entanto eu nunca na minha vida comprei um produto com embalagem desse tipo. Hoje já existem embalagens biodegradáveis até para produtos do gênero alimentício, mas onde estão elas? “Mas o custo é mais alto dessas embalagens!” Ah é? E porque o governo não oferece incentivos no IPI (Imposto sobre produtos Industrializados) para produtos com embalagens biodegradáveis (é só um exemplo)? Onde está a ação do governo nesse sentido? Não adianta reduzir o uso de sacolas de plástico e continuar consumindo produtos em embalagens de plástico.
A questão envolve muito mais elementos, não é tão simples, não haverá redução substancial do uso do plástico no mundo porque isso tem impactos econômicos para as indústrias do petróleo. Essas campanhas são apenas para “forrar o estômago” (como diria minha avó), elas ajudam, mas não resolvem o cerne problema. Não acho justo jogar para o consumo uma responsabilidade que em sua maior parte é da produção.
Quando a questão ambiental for prioridade, vão colocar no mercado carros movidos a água (essa tecnologia já existe há muito tempo) ou outras fontes de energia menos danosas, ou no mínimo vão tirar de circulação essa bizarrice que são os carros com motores que “bebem” combustível, de potência astronômica, com trocentas mil válvulas e cilindros. Se a redução do uso de plástico fosse realmente uma prioridade já existiam políticas incisivas do governo em relação ao uso dos biodegradáveis, desde incentivos fiscais à taxação de quem utiliza embalagem convencional. Portanto não venham querer me convencer de que a responsabilidade do meio ambiente está em minhas mãos (enquanto consumidor), ela está nas mãos de todos nós, e nós consumidores pouco podemos fazer em comparação com o que pode o setor produtivo. Todos precisam estarem dispostos e comprometidos a ajudar, mas o que não podemos é esquecer ou esconder os entraves econômicos e políticos que impedem a transformação de fato, muito menos deixar que esse tipo de campanha sirva de máscara para ludibriar a sociedade, desviando o olhar do centro do problema.
Texto retirado do blog http://phoris.blogspot.com/
http://www.sacoeumsaco.com.br/
Essa campanha de iniciativa do ministério do meio ambiente me parece mais o “Amigos da Escola do Meio Ambiente”. Segue a mesma lógica, jogar a responsabilidade do processo para quem menos deveria ou quem menos pode arcar. No caso específico, estão querendo jogar para o consumo uma responsabilidade que é da produção (em sua maior parte).
De acordo com a campanha, os consumidores devem, por consciência ambiental, substituir as sacolas plásticas pelas retornáveis, que em sua maioria são de pano. Essa campanha representa, antes de mais nada, uma sugestão ao consumidor que ele arque com o “mal estar” de carregar sacola de pano pra cima e pra baixo, sem falar de outra inconveniência, que é em determinadas situações ter de misturar no mesmo saco produtos de caráter diferentes, como de gênero alimentício e de limpeza.
Não estou condenando a campanha, nem sugerindo que a mesma não serve pra nada, acho sim que cada qual deve arcar com um custo se quisermos preservar o meio ambiente. Mas será que somente nós consumidores que temos que arcar com o processo? Será que somos nós que temos de dar o ponta pé inicial, ou assumir essa responsabilidade? Existe uma tendência de se transferir problemas nos quais o maior culpado é o setor produtivo, para os consumidores. A embalagem biodegradável é uma tecnologia que já existe há muito tempo, no entanto eu nunca na minha vida comprei um produto com embalagem desse tipo. Hoje já existem embalagens biodegradáveis até para produtos do gênero alimentício, mas onde estão elas? “Mas o custo é mais alto dessas embalagens!” Ah é? E porque o governo não oferece incentivos no IPI (Imposto sobre produtos Industrializados) para produtos com embalagens biodegradáveis (é só um exemplo)? Onde está a ação do governo nesse sentido? Não adianta reduzir o uso de sacolas de plástico e continuar consumindo produtos em embalagens de plástico.
A questão envolve muito mais elementos, não é tão simples, não haverá redução substancial do uso do plástico no mundo porque isso tem impactos econômicos para as indústrias do petróleo. Essas campanhas são apenas para “forrar o estômago” (como diria minha avó), elas ajudam, mas não resolvem o cerne problema. Não acho justo jogar para o consumo uma responsabilidade que em sua maior parte é da produção.
Quando a questão ambiental for prioridade, vão colocar no mercado carros movidos a água (essa tecnologia já existe há muito tempo) ou outras fontes de energia menos danosas, ou no mínimo vão tirar de circulação essa bizarrice que são os carros com motores que “bebem” combustível, de potência astronômica, com trocentas mil válvulas e cilindros. Se a redução do uso de plástico fosse realmente uma prioridade já existiam políticas incisivas do governo em relação ao uso dos biodegradáveis, desde incentivos fiscais à taxação de quem utiliza embalagem convencional. Portanto não venham querer me convencer de que a responsabilidade do meio ambiente está em minhas mãos (enquanto consumidor), ela está nas mãos de todos nós, e nós consumidores pouco podemos fazer em comparação com o que pode o setor produtivo. Todos precisam estarem dispostos e comprometidos a ajudar, mas o que não podemos é esquecer ou esconder os entraves econômicos e políticos que impedem a transformação de fato, muito menos deixar que esse tipo de campanha sirva de máscara para ludibriar a sociedade, desviando o olhar do centro do problema.
Texto retirado do blog http://phoris.blogspot.com/
Rafael de Almeida Silva- Novato
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Data de inscrição : 25/03/2011
Re: A campanha que é um saco furado
A campanha é inútil. Você não precisa se conter e pode falar que é uma grande besteira, Rafael.
É como cuidar de um sujeito que teve um membro decepado, com um band-aid.
É como cuidar de um sujeito que teve um membro decepado, com um band-aid.
Bogoton- Amador
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