Conto, crônica, sei lá o que... Não é o que parece

Você não sabe como chegou a este lugar, é um corredor pouco iluminado, você vê uma porta aberta no fim desse corredor, porém não consegue ver o que há em seu interior, pois lá a iluminação também é muito fraca, você segue em direção a porta, está curiosa, não sente medo, andando cada vez mais devagar como se estivesse em câmera lenta, parece flutuar, a atmosfera de mistério a envolve, você se aproxima da porta, sente no ar um perfume suave, para diante da porta, e lá está ele, parado, olhando para você, te esperando, ele é lindo, o rosto é perfeito, seus longos cabelos lisos e negros lhe caem pelas costas, ele veste uma longa túnica preta que lhe cobre todo o corpo, o aposento é um quarto, tudo é aconchegante, um templo ao descanso, no meio do quarto há uma imensa cama, com cobertores e travesseiros negros e macios como nuvens, você ainda está parada diante da porta contemplando o misterioso quarto e seu lindo e misterioso ocupante, de repente ele começa caminhar em sua direção, devagar, você se sente atraída, impelida, ele lhe estende a mão, você exita por um instante, mas a atração é tão forte que você nem percebe que já está segurando sua mão, ele a conduz pelo interior do quarto, te pega nos braços e te coloca sobre a imensa cama, sempre olhando em seus olhos, você confia naquele estranho, você quer o que ele quer te dar, ele tira seus sapatos, a acomoda na cama de maneira a não sentir o menor incômodo, lhe cobre com o cobertor de nuvens negras, ele acaricia seu rosto com suavidade, você se sente protegida, leve, e cai no mais profundo dos sonos, ele se deita ao seu lado, se encontrará com você no mundo dos sonhos, pois jamais violaria seu corpo adormecido, ele é um Deus. Seu nome, Morfeu.