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O recorde de usuários online foi de 304 em Sex Nov 22, 2024 8:20 pm
[spoiler]Discussão informal sobre Lolita
4 participantes
Página 1 de 1
[spoiler]Discussão informal sobre Lolita
REsumo, por www.netsaber.com.br
Por acaso, Humbert vai parar na casa da viúva Charlotte Haze e conhece
sua filha Dolores, que tem o apelido Lola, que ele chama de Lolita. Ele
cai de amores à primeira vista e, para não perdê-la de vista, casa-se
com Charlotte, que ele odeia. Se esta saga fosse contada secamente por
um pervertido sexual, não teríamos como simpatizar com o agressor. Mas
Nabokov escreve tão bem, e cria um Humbert tão sarcástico e fino (que
nos deixa bisbilhotar no seu diário, nas suas cartas e na sua memória)
que não ficamos totalmente contra ele. Até sentimos pena quando
Charlotte avisa que enviará Lolita para um colégio interno.
Humbert pensa em matar sua mulher, mas é tão covarde que não consegue
afogá-la. No entanto, bola um esquema para que Charlotte descubra seu
nefasto diário e sofra um acidente. Milagrosamente, funciona. Humbert
nos relata, com sua habitual verve cômica, sobre sua reação ao
enviuvar: Senhoras e senhores do júri, eu chorei. Muito mais de alívio
do que de dor, claro. E vai buscar Lolita, que está em um acampamento
de férias. Passam mais de um ano viajando, percorrendo os hotéis de
beira de estrada dos Estados Unidos. Humbert faz ameaças de
reformatório caso Lolita diga a alguém o que acontece entre eles. Em
troca de sexo, dá-lhe mesadas, para logo depois roubar-lhe o dinheiro.
Seria fácil odiar um personagem tão desprezível quanto Humbert. Mas
quem pode detestar o protagonista de passagens como esta: Humbert diz,
ao usar uma gíria, o leitor perceberá os sacrifícios que fiz para falar
a linguagem de Lo. O mais tragicômico é que Humbert se preocupa em ser
um bom pai. Ele lê revistas adolescentes e matricula a menina em um
colégio onde ensinam não a soletrar muito bem, mas a cheirar muito bem.
O que ele conclui: Acho que nem nisso foram bem-sucedidos.
Finalmente, para escapar dos ciúmes doentios de Humbert e de uma vida
sem perspectivas, Lolita foge com Quilty, outro pedófilo. Humbert passa
anos perseguindo-os, sem conseguir alcançá-los. Reencontra Lolita
quando ela já está com 17, gasta, grávida e casada com um rapaz surdo e
pobre. Este momento alcança a façanha de ser comovente, no meio de toda
a ironia. Humbert percebe que continua apaixonado, apesar de Lolita não
ser mais uma ninfeta. E parte para matar Quilty.
Sem dúvida, Lolita será sempre um "clássico a ser discutido"; A genialidade de Nabokov foi depositada inteira nesta trama que inspirou filmes, séries, seriados e outros muitos livros.
O amor que Humbert deposita em Lolita é ao mesmo tempo chocante e belo, Nojento e gracioso. Para sentir algo assim, deve-se ser Artista ou Louco, e neste livro, não sabe-se bem se o personagem é um ou outro. Ou ambos.
Digno de leituras e releituras.
Por acaso, Humbert vai parar na casa da viúva Charlotte Haze e conhece
sua filha Dolores, que tem o apelido Lola, que ele chama de Lolita. Ele
cai de amores à primeira vista e, para não perdê-la de vista, casa-se
com Charlotte, que ele odeia. Se esta saga fosse contada secamente por
um pervertido sexual, não teríamos como simpatizar com o agressor. Mas
Nabokov escreve tão bem, e cria um Humbert tão sarcástico e fino (que
nos deixa bisbilhotar no seu diário, nas suas cartas e na sua memória)
que não ficamos totalmente contra ele. Até sentimos pena quando
Charlotte avisa que enviará Lolita para um colégio interno.
Humbert pensa em matar sua mulher, mas é tão covarde que não consegue
afogá-la. No entanto, bola um esquema para que Charlotte descubra seu
nefasto diário e sofra um acidente. Milagrosamente, funciona. Humbert
nos relata, com sua habitual verve cômica, sobre sua reação ao
enviuvar: Senhoras e senhores do júri, eu chorei. Muito mais de alívio
do que de dor, claro. E vai buscar Lolita, que está em um acampamento
de férias. Passam mais de um ano viajando, percorrendo os hotéis de
beira de estrada dos Estados Unidos. Humbert faz ameaças de
reformatório caso Lolita diga a alguém o que acontece entre eles. Em
troca de sexo, dá-lhe mesadas, para logo depois roubar-lhe o dinheiro.
Seria fácil odiar um personagem tão desprezível quanto Humbert. Mas
quem pode detestar o protagonista de passagens como esta: Humbert diz,
ao usar uma gíria, o leitor perceberá os sacrifícios que fiz para falar
a linguagem de Lo. O mais tragicômico é que Humbert se preocupa em ser
um bom pai. Ele lê revistas adolescentes e matricula a menina em um
colégio onde ensinam não a soletrar muito bem, mas a cheirar muito bem.
O que ele conclui: Acho que nem nisso foram bem-sucedidos.
Finalmente, para escapar dos ciúmes doentios de Humbert e de uma vida
sem perspectivas, Lolita foge com Quilty, outro pedófilo. Humbert passa
anos perseguindo-os, sem conseguir alcançá-los. Reencontra Lolita
quando ela já está com 17, gasta, grávida e casada com um rapaz surdo e
pobre. Este momento alcança a façanha de ser comovente, no meio de toda
a ironia. Humbert percebe que continua apaixonado, apesar de Lolita não
ser mais uma ninfeta. E parte para matar Quilty.
Sem dúvida, Lolita será sempre um "clássico a ser discutido"; A genialidade de Nabokov foi depositada inteira nesta trama que inspirou filmes, séries, seriados e outros muitos livros.
O amor que Humbert deposita em Lolita é ao mesmo tempo chocante e belo, Nojento e gracioso. Para sentir algo assim, deve-se ser Artista ou Louco, e neste livro, não sabe-se bem se o personagem é um ou outro. Ou ambos.
Digno de leituras e releituras.
Re: [spoiler]Discussão informal sobre Lolita
Esse livro é diferente de tudo que você já leu. Parece que leva a um plano de pensamento completamente paralelo ao seu. Muito bom e muito emocionante.
Re: [spoiler]Discussão informal sobre Lolita
Um romance que nos faz sentir afeição por um protagonista tão canalha e impaciência pela rebeldia da Lolita que não se deixa domar pelo padrasto já fica sendo, apenas por inverter nossa moral e dar um nó em nossa consciência, digno e obrigatório de figurar entre nossas mais apreciadas leituras. Mas "Lolita" é um clássico por instigar as mais diferentes emoções em seus leitores: compaixão por um homem contrito e doente de paixão, esperança de que os dois fiquem juntos, raiva pelo quase sequestro que Humbert impõe à menina, graça das situações desconcertantes pelas quais Lolita faz seu amante passar, agonia pela loucura de Humbert na interminável perseguição à sua enteada, tristeza pelo final trágico dos dois.
Li uma vez, numa discussão sobre a "nacionalidade" do romance (se russo ou se americano), que Nabokov quis fazer uma homenagem ao país em que estava vivendo e usou seu Lolita para isso, descrevendo todos os lugares por onde o casal apaixonado viajava. Longe de mim querer criticar uma obra como esta, mas a parte em que eram descritos os vales e as montanhas e tudo mais, foi muito cansativo para mim e eu quase desisti de terminar a leitura. Esse é o único ponto fraco do livro, na minha opinião, a maneira como o escritor mostra a paisagem norte-americana. Ele devia ter explorado mais a linguagem, da mesma forma que fez no início do romance.
angu- Iniciante
-
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Re: [spoiler]Discussão informal sobre Lolita
Realmente. Provocar essa mudança de valores, ou pelo menos uma confusão sobre o certo e errado não é uma tarefa fácil, e Nabokov faz isso com maestria.
Becker- Novato
-
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Re: [spoiler]Discussão informal sobre Lolita
Mas se livros como Lolita forem tratados apenas como leitura a "provocação" que o autor quer suscitar na sociedade é descartada, porque o livro é visto como entretenimento. Eu imagino que Literatura é mais, é trazer para a vida real o que se lê nos romances.
Assim sendo, o que Nabokov queria provocar em seus leitores ao escrever Lolita? Eu imagino duas coisas: a primeira, óbvia, é mostrar quão asquerosa é uma relação amorosa com uma criança; a segunda, é nos deixar frente à possibilidade de haver uma relação dessas e ser aceita pela comunidade, o que não é nada raro, vide tribos indígenas e africanas.
Vou me estender quanto à segunda coisa e relembrar aos que leram que em vários momentos nós consideramos normal o namoro dos dois, mesmo não esquecendo a menor idade da protagonista e a diferença etária do casal. Alguns, eu imagino, até torceram para que a Lolita e o Humbert ficassem juntos. Pois é. Nabokov humanizou, ternurizou a doença e o crime de Humbert a ponto de nos fazer abrir uma excessão e sentir afeição pelo personagem. Mas se o personagem teve sentimentos "louváveis" pela menina, os pedófilos da vida real não têm também? O que diferencia um de outro?*
* Só quero alertá-los de que eu estou discutindo o tema de acordo com a minha visão do livro. Essas não são minhas opiniões pessoais.
Assim sendo, o que Nabokov queria provocar em seus leitores ao escrever Lolita? Eu imagino duas coisas: a primeira, óbvia, é mostrar quão asquerosa é uma relação amorosa com uma criança; a segunda, é nos deixar frente à possibilidade de haver uma relação dessas e ser aceita pela comunidade, o que não é nada raro, vide tribos indígenas e africanas.
Vou me estender quanto à segunda coisa e relembrar aos que leram que em vários momentos nós consideramos normal o namoro dos dois, mesmo não esquecendo a menor idade da protagonista e a diferença etária do casal. Alguns, eu imagino, até torceram para que a Lolita e o Humbert ficassem juntos. Pois é. Nabokov humanizou, ternurizou a doença e o crime de Humbert a ponto de nos fazer abrir uma excessão e sentir afeição pelo personagem. Mas se o personagem teve sentimentos "louváveis" pela menina, os pedófilos da vida real não têm também? O que diferencia um de outro?*
* Só quero alertá-los de que eu estou discutindo o tema de acordo com a minha visão do livro. Essas não são minhas opiniões pessoais.
angu- Iniciante
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Re: [spoiler]Discussão informal sobre Lolita
Sim, Nabokov consegue tudo isso. Porém você tem que perceber que a forma como as coisas são contadas pode mudar a visão. Cada pedófilo tem a sua história, de vida e de crimes. Cada uma destas histórias pode ser contada poéticamente(como Nabokov) ou acusadamente(como feito na maioria dos casos).
Na minha opinião, o que Nabokov realmente queria era derrubar paradigmas dogmáticos da sociedade. Ele queria demonstrar verdades relativas. O que é certo pode não ser tão certo e o que é errado pode não ser tão errado. Tudo depende de como vemos e Nabokov faz isso.
Concordo com você angu quando diz que as vezes consideramos normal esta relação, e digo mais, não foram poucas as pessoas que torceram para que Lolita e Humbert ficassem juntos. E um dos fatos é que HH ama Lolita verdadeiramente e incondicionalmente, do seu modo, é claro.
Na minha opinião, o que Nabokov realmente queria era derrubar paradigmas dogmáticos da sociedade. Ele queria demonstrar verdades relativas. O que é certo pode não ser tão certo e o que é errado pode não ser tão errado. Tudo depende de como vemos e Nabokov faz isso.
Concordo com você angu quando diz que as vezes consideramos normal esta relação, e digo mais, não foram poucas as pessoas que torceram para que Lolita e Humbert ficassem juntos. E um dos fatos é que HH ama Lolita verdadeiramente e incondicionalmente, do seu modo, é claro.
Re: [spoiler]Discussão informal sobre Lolita
AdmIvan escreveu:Na minha opinião, o que Nabokov realmente queria era derrubar paradigmas dogmáticos da sociedade. Ele queria demonstrar verdades relativas. O que é certo pode não ser tão certo e o que é errado pode não ser tão errado. Tudo depende de como vemos e Nabokov faz isso.
Não havia visto este lado da obra. Muito interessante, Ivan. Você poderia se estender um pouco mais?
angu- Iniciante
-
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Re: [spoiler]Discussão informal sobre Lolita
Claro...
Quando pensamos "pedofilia" coisas muito ruins automáticamente se começam a se passar na nossa cabeça. Temos um conceito pré-formado sobre o assunto. Nabokov vai contra isso.
Por que, em determinados momentos do livro, nós gostamos de um pedófilo que mata a mãe de uma menina de 12 anos para fazer sexo com ela?
Colocando assim, de forma lógica e objetiva, parece absurdo. Aí, então, vem a pergunta:
E se fosse real?
E se nós fossemos parte daquele juri que estava ouvindo Humbert contar as suas aventuras com sua doce e amada ninfeta? Será que também pensaríamos 2 vezes antes de condená-lo? SErá que as coisas que ouviríamos da boca dele nos atingiria de forma tão profunda como quando as lemos?
Será realmente que nós torceríamos para que ele recuperasse Lolita e ficasse com ela para sempre?
Acreditaríamos no seu amor verdadeiro?
A resposta (e eu tenho quase certeza disso) é SIM. Porque não há nada que está em nossas mentes que as palavras não consigam modificar. Humbert é um exímio conhecedor das palavras e da linguagem, sendo, portanto, um homem com grande poder de persuasão e manipulação.
A grande questão de NABOKOV era provar como a mente humana é fraca o suficente para gostar de um pedófilo assassino, condenando-o com peso no coração.
A história passa a ser triste pelo desenrolar, e não pelos fatos.
É como a pesquisa que uns cientistas americanos fizeram com pessoas da rua.
Eles contavam a história:
Há 10 pessoas em um navio que está afundando. Há duas opções:
a) Salvar 4 destas pessoas.
b) Tentar um jeito que tem 70% de chance de todos morrerem.
A maioria das pessoas escolheu a letra A, pois pelo menos 4 serão salvas.
Então eles mudaram as opções
c) Deixar 6 pessoas morrerem
d) TEntar um jeito que tem 30% de chance de todos sobreviverem.
Neste caso as pessoas escolheram a letra d. Pois no primeiro caso haverá muitas mortes e é melhor tentar salvar todos.
As opções A e C são exatamente iguais e as opões B e D também.
O que faz então as pessoas escolherem as opções A e D? A maneira como o problema é exposto.
Tudo depende de como as coisas são contadas para nós porque a maioria(Imensa maioria) tem muita dificuldade de usar a racionalidade.
E isso não é uma coisa ruim, é uma coisa humana. Se fossemos 100% racionais, seriamos um robô.
Quando pensamos "pedofilia" coisas muito ruins automáticamente se começam a se passar na nossa cabeça. Temos um conceito pré-formado sobre o assunto. Nabokov vai contra isso.
Por que, em determinados momentos do livro, nós gostamos de um pedófilo que mata a mãe de uma menina de 12 anos para fazer sexo com ela?
Colocando assim, de forma lógica e objetiva, parece absurdo. Aí, então, vem a pergunta:
E se fosse real?
E se nós fossemos parte daquele juri que estava ouvindo Humbert contar as suas aventuras com sua doce e amada ninfeta? Será que também pensaríamos 2 vezes antes de condená-lo? SErá que as coisas que ouviríamos da boca dele nos atingiria de forma tão profunda como quando as lemos?
Será realmente que nós torceríamos para que ele recuperasse Lolita e ficasse com ela para sempre?
Acreditaríamos no seu amor verdadeiro?
A resposta (e eu tenho quase certeza disso) é SIM. Porque não há nada que está em nossas mentes que as palavras não consigam modificar. Humbert é um exímio conhecedor das palavras e da linguagem, sendo, portanto, um homem com grande poder de persuasão e manipulação.
A grande questão de NABOKOV era provar como a mente humana é fraca o suficente para gostar de um pedófilo assassino, condenando-o com peso no coração.
A história passa a ser triste pelo desenrolar, e não pelos fatos.
É como a pesquisa que uns cientistas americanos fizeram com pessoas da rua.
Eles contavam a história:
Há 10 pessoas em um navio que está afundando. Há duas opções:
a) Salvar 4 destas pessoas.
b) Tentar um jeito que tem 70% de chance de todos morrerem.
A maioria das pessoas escolheu a letra A, pois pelo menos 4 serão salvas.
Então eles mudaram as opções
c) Deixar 6 pessoas morrerem
d) TEntar um jeito que tem 30% de chance de todos sobreviverem.
Neste caso as pessoas escolheram a letra d. Pois no primeiro caso haverá muitas mortes e é melhor tentar salvar todos.
As opções A e C são exatamente iguais e as opões B e D também.
O que faz então as pessoas escolherem as opções A e D? A maneira como o problema é exposto.
Tudo depende de como as coisas são contadas para nós porque a maioria(Imensa maioria) tem muita dificuldade de usar a racionalidade.
E isso não é uma coisa ruim, é uma coisa humana. Se fossemos 100% racionais, seriamos um robô.
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