O medo de...Pensar

O medo de...Pensar.


No
meio de ruínas de um País e de um Mundo que está num ciclo de
decadência acelerado, qual Roma antiga, caracterizado pelo
materialismo, pela sociedade do “EU” e pela corrupção do Homem, basta o
simples fantasma do Medo do desemprego, do Medo de uma transferência
para longe da família, do Medo da não promoção, do Medo de não
conseguir “ser alguém”, para tudo calar e fazer consentir, permitindo
aos senhores feudais utilizarem a máxima conhecida de “ se não é por
mim és contra mim “, aplicando de imediato, e quando muito bem lhe
aprouver a PPS (Policia Politico Social), se por acaso o elemento do
Povo não concordar com alguma situação, causa ou ideia,
independentemente de poder ser um excelente trabalhador, ou
colaborador, como agora nos chamam (será para nos fazerem crer que
aparentemente, mas só aparentemente somos todos iguais, já que na
realidade eles não acreditam nisso?).
Não nos esqueçamos que o
acatamento e o respeito das normas Constitucionais, até mesmo para as
modificar, deve estar sujeito a um são pluralismo, caso contrário
poderemos continuar a cair no vício de equiparar divergência a
subversão e oposição a revolução. É esta confusão de ideias que sinto
que existe presentemente em Portugal. Há seguramente na mente dos ditos
“iluminados” um elo electromagnético comum, que comanda os seus
cérebros, ao verem perigo imediato na divergência de ideias e na
oposição de acções ou pensamentos, porque não há duvida que o que
realmente desejam é a subserviência absoluta, já que é realmente uma
chatice que o Povo comece a pensar. Começam logo a congeminar ideias
“brilhantes” para encontrarem o seu grande erro… “O Povo está a
Pensar”. E logo nasce a resposta prática para todos os males. O Povo
anda a trabalhar pouco. Caso contrário não teria tempo para Pensar. De
forma alguma podem pensar, pelo que a solução mais prática é afunda-los
a nós, Povo, com mais horas de trabalho, menor poder de compra,
reformas mais tardias, e com implementação imediata da PPS, com o
objectivo sempre oportuno e prático de dividir para reinar.
Culpabiliza-se facilmente a função pública de todos os males deste
País, para que o sector privado se revolte contra o mesmo. Enquanto se
vão guerreando, trabalhando cada vez mais, com menos tempo livre fica o
Povo para olhar para cima, quanto mais para pensar, o que na conjuntura
actual é seguramente o maior crime que o Povo pode cometer. O de ter a
veleidade de Pensar, e mais grave ainda o de se permitir a opinar
publicamente os seus pensamentos e ideais, principalmente se foram
opostas as dos senhores feudais, que logo as conotam como sendo de
subversão.
Façam o favor de pensar nisto.
Por MEDINA DA SILVA,
autor, entre outros do Livro "SOMBRAS DO PODER" Editado pela
Biblioteca24x7 www.biblioteca24x7.com.br na Área de Ficção.
Também disponível no maior site de livros do mundo:
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Medina da Silva