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Papo 750
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Papo 750
Como diz o título, é uma conversa que ocorre dentro de um ônibus 750 (Cidade de Deus – Gávea). Sempre ocorrem conversas, como se diz, interessante dentro do coletivo, mas esta foi à única que consegui ouvir desde o seu inicio até o final.
Eu vou ao trabalho todos os dias neste ônibus há seis anos, espero não completar dez.
Para as pessoas que nunca pegaram este coletivo, ele sai de God City, passa pela Freguesia e para no Rio das Pedras, uma favela que existe antes de chegar a Barra da Tijuca. Quem já o pegou, a uns 17 ou 20 anos atrás, se lembra muito bem que precisava passar por ali para chegar a praia da Barra.
O ônibus impreterivelmente na parte da manhã, exatamente as 6h15mim, tem que fazer uma parada para o fiscal da empresa anotar na prancheta o horário. Na maioria das vezes o motorista conduz o veículo tão lento, que uma tartaruga seria capaz de ultrapassa-lo.
Hoje, por coincidência, sentei naquele banco único, quase ao lado do motorista, chamado por muitos de: “Jesus está me chamando”.
As duas personagens, vividas e criadas ali, subiram para o ônibus que começava a lotar de “cearenses”. A mais velha entrou pela frente juntamente com um bando de crianças uniformizadas. A outra pagou a passagem, fez alguns alongamentos passando pelos passageiros e chegou até a frente.
-Como é que é? Quer subir, que eu quero fechar a porta! – com aquela educação de troglodita com fome, o motorista se virou para as crianças, que se apertavam com suas mochilas nas costas.
O coletivo partiu socadinho, mas partiu.
-Och! Nossa Vige! Quase que eu não consigo chegar! – disse uma delas com aquele sotaque nordestino da gota serena. Bem, vou chamá-la de Maria, pois elas já se conheciam, mas não disseram nomes. A outra chamarei de Joventina. Pronto!
-Vige menina, tem muita criança aqui!
-Em falar em criança... Sabe tu, a filha de Ana?
-Sei!
-Namorô durante sete anos um rapaz, noivaram e ela embuchô antes do casório. O sem-vergonha deu nos calcanhares.
-Och! E sumiu assim?
-Sumiu sem deixá sinal. A pobrezinha prometeu a mãe que casaria vige.
-É, mas hoje em dia as menina não quer saber. Querem mesmo e descascar a banana.
-Ou a bananeira – riu Maria, para pausar o trocadilho. – Outro que gosta de fazer esse tipo de coisa é seu sobrinho.
-O que tem ele mulé?
-É um garanhão cheio de charme, traça todas as meninas, tem sempre duas mulé procurando ele lá na ótica. – não pergunte onde fica a ótica, que não saberei responde-lo.
-Ele é muito magrinho!
-Não precisa ser gordo para comer, é só ter disposição – riu novamente Maria – Uma coisa ele tem... Muito charme, ingual o pai dele. Cê lembra quando ele tinha 19 anos?
-É, ele era mais cheinho que o filho.
-Mas era a mesma coisa, fogoso que ele só. Och!... Nosso ponto! Vamos?
-Vamos!
Maria puxou a cordinha, a cigarra tocou, elas desceram na rua Marques de São Vicente e foram pegar outro ônibus. O bando de crianças, que subiram em Rio das pedras, desceram deixando o coletivo 20% mais vazio.
Desci no ponto final e fiquei pensando, elas tinham razão, mas não precisavam exagerar.
Nota: Fatos contados aqui são reais e os diálogos na integra sem exageros.
Eu vou ao trabalho todos os dias neste ônibus há seis anos, espero não completar dez.
Para as pessoas que nunca pegaram este coletivo, ele sai de God City, passa pela Freguesia e para no Rio das Pedras, uma favela que existe antes de chegar a Barra da Tijuca. Quem já o pegou, a uns 17 ou 20 anos atrás, se lembra muito bem que precisava passar por ali para chegar a praia da Barra.
O ônibus impreterivelmente na parte da manhã, exatamente as 6h15mim, tem que fazer uma parada para o fiscal da empresa anotar na prancheta o horário. Na maioria das vezes o motorista conduz o veículo tão lento, que uma tartaruga seria capaz de ultrapassa-lo.
Hoje, por coincidência, sentei naquele banco único, quase ao lado do motorista, chamado por muitos de: “Jesus está me chamando”.
As duas personagens, vividas e criadas ali, subiram para o ônibus que começava a lotar de “cearenses”. A mais velha entrou pela frente juntamente com um bando de crianças uniformizadas. A outra pagou a passagem, fez alguns alongamentos passando pelos passageiros e chegou até a frente.
-Como é que é? Quer subir, que eu quero fechar a porta! – com aquela educação de troglodita com fome, o motorista se virou para as crianças, que se apertavam com suas mochilas nas costas.
O coletivo partiu socadinho, mas partiu.
-Och! Nossa Vige! Quase que eu não consigo chegar! – disse uma delas com aquele sotaque nordestino da gota serena. Bem, vou chamá-la de Maria, pois elas já se conheciam, mas não disseram nomes. A outra chamarei de Joventina. Pronto!
-Vige menina, tem muita criança aqui!
-Em falar em criança... Sabe tu, a filha de Ana?
-Sei!
-Namorô durante sete anos um rapaz, noivaram e ela embuchô antes do casório. O sem-vergonha deu nos calcanhares.
-Och! E sumiu assim?
-Sumiu sem deixá sinal. A pobrezinha prometeu a mãe que casaria vige.
-É, mas hoje em dia as menina não quer saber. Querem mesmo e descascar a banana.
-Ou a bananeira – riu Maria, para pausar o trocadilho. – Outro que gosta de fazer esse tipo de coisa é seu sobrinho.
-O que tem ele mulé?
-É um garanhão cheio de charme, traça todas as meninas, tem sempre duas mulé procurando ele lá na ótica. – não pergunte onde fica a ótica, que não saberei responde-lo.
-Ele é muito magrinho!
-Não precisa ser gordo para comer, é só ter disposição – riu novamente Maria – Uma coisa ele tem... Muito charme, ingual o pai dele. Cê lembra quando ele tinha 19 anos?
-É, ele era mais cheinho que o filho.
-Mas era a mesma coisa, fogoso que ele só. Och!... Nosso ponto! Vamos?
-Vamos!
Maria puxou a cordinha, a cigarra tocou, elas desceram na rua Marques de São Vicente e foram pegar outro ônibus. O bando de crianças, que subiram em Rio das pedras, desceram deixando o coletivo 20% mais vazio.
Desci no ponto final e fiquei pensando, elas tinham razão, mas não precisavam exagerar.
Nota: Fatos contados aqui são reais e os diálogos na integra sem exageros.
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